sexta-feira, 30 de outubro de 2009

Despedida

“Já está chegando a hora de ir
Venho aqui me despedir e dizer
Em qualquer lugar por onde eu andar
Vou lembrar de você...”
(Despedida – Roberto Carlos)



Não, pessoal! Não desisti do blog!

Está chegando a hora de partir para a Europa!!

Faz uma semana que não escrevo nada, mas foi por conta da correria. Até minha mãe me falou hoje que estou sumida esses dias! Consegui me despedir de muita gente, mas estou devendo visita para algumas pessoas. Juro que verei todos quando voltar!!

Quero registrar aqui que tive dias incríveis nesta semana... Vi pessoas de quem há muito tempo não tinha noticias, tive surpresas muito agradáveis e consegui me distrair e diminuir um pouco a ansiedade.

Embarco amanhã para Dublin. Vou com as malas cheias e o coração livre de muita mágoa e tristeza que me acompanhou por anos e anos. Esse foi o maior presente que já ganhei em uma década, e valeu cada minuto de espera.


Isso é um coração em festa!!


Como diz uma amiga: “Deus não age na ansiedade dos homens” e essa é uma grande verdade. As coisas acontecem quando DEVEM, não quando QUEREMOS ou quando achamos que precisamos.

Sabe quando você quer muito uma coisa, e tudo dá errado? Você tenta, tenta, tenta e nada funciona, nada dá certo? Pois é... agora tenho certeza que quando essas coisas ocorrem é porque não chegou a hora certa.

Esta viagem está sendo um divisor de águas em minha vida... Além de marcar o inicio de uma nova fase, trouxe de volta pessoas muito importantes para mim e isso, definitivamente, não tem preço.

Estou indo viajar muito feliz. Estou realizando um sonho, que até agora só me trouxe alegrias... me proporcionou dias inesquecíveis, encontros e reencontros, demonstrações de carinho e muita energia positiva.

Já estou contando as horas e tentando conter minha ansiedade. Fiz e refiz as malas 3 vezes, e cheguei ao cúmulo de levar a bagagem no veterinário da rua para pesar, tamanho era o medo de excesso de peso. Afinal, antes pagar mico que multa!

Agora estou tentando me manter calma, pois a hora do embarque está chegando, o coração está acelerando, mas, paradoxalmente, parece que o tempo não passa...


O relógio ficou louco... o tempo não passa

sexta-feira, 23 de outubro de 2009

Algo Por Você

“Hey garota
Não fique esperando o telefone tocar
Os homens são o que são e são todos iguais
O difícil é saber quem é clone de quem
Quem é clone de quem
Hey garota
Não fique esperando o telefone tocar
De volta ao passado, tecendo tapetes,
Esperando o guerreiro voltar
Já lhe fizeram sofrer demais
Já lhe fizeram feliz de mais
Tá na hora de você mesma fazer algo por você
Só você pode fazer!...”
(Algo por Você – Engenheiros do Hawaii)



Resolvi escrever este post depois de uma conversa com uma amiga...

Hoje passamos por uma triste experiência semelhante... ambas passamos o dia todo esperando ligações importantíssimas, e claro, as pessoas que esperávamos não ligaram.
Nesses momentos, deve soar algum alarme para tios, avós, ex-namorados, amigos, amigas, vizinhas, telemarketings e vendedores em geral, pois o telefone não para de tocar, e nunca é a tão esperada ligação...

Se os homens sentissem na pele todo o mal que fazem para uma mulher quando falam que vão ligar e não dão sinal de vida, toda angústia, ansiedade, gastrite, tensão... jamais fariam uma crueldade dessas!

A gente passa horas olhando para o bendito telefone... checa 50 vezes se a linha está funcionando.... fica perto do aparelho, para o caso de “alguem” ligar. Então, quando o telefone toca, a gente nem espera o segundo toque e atende com aquela empolgação, só para descobrir que é qualquer pessoa, menos a que estamos esperando.

Gostaria que um dia alguém me esclarecesse uma duvida bem simples: se alguém fala que vai ligar, por que não liga? Por que demora tanto?



Por que um aparelho como esse amedronta tantas pessoas?


Eu tenho uma teoria sobre isso, e ela é bem simples: quando um homem faz uma promessa que não pode cumprir, ele vai para o limbo!

O limbo é um lugar perdido no tempo-espaço, onde não existe internet, o celular não pega, sinal de radio não chega, nem mesmo código Morse e sinal de fumaça funcionam. O homem fica incomunicável com qualquer outro ser humano que não estiver preso no limbo também.

O que eles ficam fazendo lá? Jogando gamão!



Este é o passatempo do limbo!


Vocês conhecem alguém que joga gamão? Não???

Pois é, eu também não! Mas, sabe por quê?

Porque todos os jogadores de gamão do mundo estão presos no limbo!!
No limbo deve ter a liga mundial de gamão! Campeonatos regionais, Nacionais, Internacionais, amistosos... Copa do Mundo de gamão!!!

E lá, nossos esquecidos jogadores de gamão ficam até completar 50 anos.

Sim, aos 50 anos eles saem do limbo. E adivinha o que fazem?

Vão até o clube de bocha mais próximo e ingressam no time do bairro.

Vocês não acharam que eles iriam jogar mais um pouco de gamão, né? Afinal, nossos esquecidos acabaram de ganhar a liberdade e merecem se aventurar num esporte mais radical.



Isso sim é um esporte radical!


Sim, bocha é o esporte mais radical do mundo para nossos esquecidos, que não gostam de correr riscos. Se gostassem, teriam se arriscado a chegar perto daquele aparelho super complexo chamado telefone, e teriam realizado a complexa atividade de discar um número.

Claro, chegar perto de um telefone tem seus riscos. Altos riscos.

O esquecido pode tomar um choque, contrair uma doença como a gripe suína, pode ter sua memória apagada por algum experimento russo ou coreano, pode acionar uma bomba e explodir o andar inteiro, pode inclusive ligar para a NASA sem querer, ser rastreado pelo FBI e parar numa cela no complexo do Arquivo X.

Engraçado, né?
Mas o que eu quero dizer com tudo isso é que NADA, NADA justifica quando vocês, marmanjos, nos fazem esperar uma ligação. Ligar para alguém não arranca o dedo, não mata e não fere ninguém. Muito pelo contrário: vai fazer o dia de alguém muito mais feliz e muito menos angustiante.

Enquanto isso não muda, vou cuidando da minha vida que não para, mas rezo para que o fulano saia logo do limbo e sempre que olho para o aparelho, penso: toca, telefone!!


Este post é dedicado a todas as mulheres lindas, inteligentes, bem resolvidas, independentes, e bem sucedidas que um dia ficaram esperando o telefone tocar...

terça-feira, 20 de outubro de 2009

With A Little Help From My Friends

“What would you do if I sang out of tune
Would you stand up and walk out on me
Lend me your ears and I’ll sing you a song
I will try not to sing out of key
I get by with a little help from my friends
I just keep trying with a little help from my friends
I want to get high with my friends
I just hold on with my friends…”
(With A Little Help From My Friends – Joe Cocker)


Neste final de semana, além de pegar uma gripe terrível, pude reencontrar alguns velhos amigos da época do colégio, dando seqüência às despedidas para minha viagem.

Sou daquelas pessoas que conserva até os amiguinhos da Pré-escola e considero a amizade o maior tesouro que um ser humano pode ter.
Já me arrependi de oferecer minha amizade para algumas pessoas, já fui chamada de falsa por ser sincera e falar o que a pessoa não queria ouvir, já me entristeci por não ter sido convidada para um casamento de alguém que considerava meu amigo, já fiquei chateada por sido esquecida por algumas pessoas, e por ter perdido contado com tantas outras tão importantes para mim... Mas ainda assim, acredito na amizade, no companheirismo e na sinceridade, e sei que todos esses que me magoaram não eram meus amigos de verdade.

Cresci ouvindo de meu pai que amigos são a família que escolhemos, e não existe para mim uma verdade maior que essa. Tenho muitos problemas com meus parentes, e todo o apoio que tive nos momentos mais difíceis da minha vida veio dos meus amigos. Todos eles me defendem como leões, cuidam de mim como pastores cuidam do rebanho e se preocupam comigo como se fôssemos uma família mesmo.

Tenho amigas que são como mães, estão sempre dispostas a me ouvir, me aconselham, dão colo e brigam comigo também. Tenho amigos que são como pais, superprotetores e preocupados, e sempre dispostos a me socorrer quando preciso. Tenho amigos-irmãos, aqueles companheiros de festa, sempre prontos a me acompanhar nas mais loucas aventuras. E de alguns anos pra cá, ganhei amigos-filhos, que eu aconselho, oriento e me preocupo.


Amigos reunidos não tem preço! Mas tem estória, muita estória!!!


Tenho muito a agradecer a todos eles. Seja por uma palavra na hora certa, seja por um ombro oferecido quando mais precisei, seja pelos conselhos ou pelos desabafos na madrugada.

Alguns não estão mais tão presentes em minha vida, para muitos me tornei apenas uma lembrança, tamanha a distância hoje. Outros, nunca perdem a oportunidade de me chamar para conversar, e outros ainda, falam comigo todos os dias. Independente da distância que existe entre nós hoje, quero que vocês saibam que sou uma pessoa melhor graças a todos vocês, e com toda certeza, grande parte das minhas conquistas se deve a vocês!

Encontrei o texto final do seriado “Anos Incríveis”, e transcrevo aqui para vocês. Independente de dias, semanas, anos, o tempo que passamos com os amigos é realmente incrível!!

“Crescer é algo muito rápido. Um dia você usa fraldas e no outro você vai embora. Mas as memórias da infância permanecem com você. Lembro-me de um lugar, uma cidade, uma casa como várias outras casas, um quintal como vários outros quintais, em uma rua como várias outras ruas. E o fato é que, após todos estes anos, eu ainda olho para trás: foram anos incríveis.”



PS: ia colocar aqui o video do último episódio, mas todos os links que encontrei estão sem audio, por motivos de direitos autorais. Se alguem tiver um endereço que funcione corretamente, me passe, por favor!

sábado, 17 de outubro de 2009

A Montanha

"Nem tão longe que eu não possa ver
Nem tão perto que eu possa tocar
Nem tão longe que eu não possa crer que um dia chego lá
Nem tão perto que eu possa acreditar que o dia já chegou"
(A Montanha - Engenheiros do Hawaii)


Sempre que estamos perto de concretizar um objetivo, seja qual for, somos tomados ao mesmo tempo pela ansiedade, pelo medo de falhar e pela euforia da conquista.
É assim que tenho me sentido ultimamente. Uma mistura de emoções tão grande, que pareço estar vivendo numa constante TPM (tensão pré-menstrual). E lidar com isso tem sido um desafio...

Sempre tento ser ponderada em minhas ações e meus julgamentos. Procuro controlar meus impulsos, ser equilibrada e gentil até mesmo com quem me trata mal. A questão é que descobri que, além da TPM (que me acompanha há anos) a ansiedade tem o poder de me deixar irritada, emocionalmente instável, mau humorada e incontrolável. Faltando poucos dias para viajar, ainda tenho diversos detalhes para acertar e isso tem tirado meu sono e meu bom humor.


Será que vou ficar assim??

Conheço bem os sintomas da TPM, nem eu me agüento quando ela resolve atacar (e isso porque fiz tratamento)... mas desconhecia o poder da ansiedade, e chega a ser engraçado como as duas agem de forma semelhante comigo...
Ao mesmo tempo, é desgastante e cômico. Acabo rindo sozinha das situações em que me coloco, ou das coisas que falo sem pensar.

Hoje mesmo, no almoço, me irritei com um casal que estava atrás de mim na fila do fast food.... Sei lá o motivo, mas quando fui ao caixa pagar meu lanche, a moça praticamente grudou nas minhas costas, e ficou mexendo no papel da bandeja do meu lanche. Fiquei tão nervosa, que puxei a bandeja com tudo. Resultado: meu refrigerante voou em cima da moça, se espatifou no chão e sujou todo mundo em volta! Além da vergonha que passei, a gerente me olhou com cara feia ao me dar um novo refrigerante, e me vi obrigada a pedir desculpas ao casal inconveniente...
Engoli o lanche e sai o mais rápido possível dali!

Mas essa ansiedade está me deixando com os nervos à flor da pele, e espero não ter nenhuma crise de TPM nos próximos dias... Na última (meses atrás), falei para diversas pessoas um monte de bobagens que não consigo me lembrar, chorei horrores e no dia seguinte, estava imprestável por conta de toda a energia gasta. Imaginem essas duas juntas? Estou me medicando para não correr riscos... faltam apenas 14 dias, tenho muita coisa para fazer, muita gente para ver e ninguém merece sofrer com minhas loucuras!


Se nada mais der certo, vou meditar... quem sabe se eu mentalizar com muita, muita força, vou parar lá?

quinta-feira, 15 de outubro de 2009

Breaking the Law

“…So much for the golden future, I can't even start
I've had every promise broken, there's anger in my heart
you don't know what it's like, you don't have a clue
if you did you'd find yourselves doing the same thing too
Breaking the law, breaking the law…”
(Breaking the Law - Judas Priest)

 
Resolvi escrever este post depois de uma conversa com alguns amigos e algumas canecas de chopp. E deixo bem claro que eu estava sóbria! Contrariando a preferência nacional, não gosto de cerveja. Bem que tentei, mas meu paladar não se adapta de jeito nenhum... então, meu consumo de álcool, além de ser moderado por conta de uma gastrite nervosa e uma colecistectomia (cirurgia para retirada da vesícula biliar), apresenta essa particularidade. Enfim, este é apenas uma dos aspectos que trata este texto.

Desde antes de meu nascimento venho quebrando regras. Minha mãe, que sempre teve uma educação rígida, casou grávida de 04 meses. Nasci no Natal, após um belo almoço e muitos nem desconfiavam do “estado delicado” de minha mãe (entre eles meu avô), já que a pessoa afortunada não engordou mais que 05 quilos na gravidez, e não apresentava barriga. E não pensem que eu era uma criança pequena: nasci com 52cm e quase 4kg!

Aprendi a ler antes de entrar na escola, e passava uma boa parte de meu tempo livre lendo, escrevendo e rabiscando bobagens. No recreio, enquanto as meninas brincavam com bonecas, eu preferia os jogos e brincadeiras dos meninos, muito mais dinâmicos e emocionantes. Não me lembro de ter brincado de bonecas com outra pessoa além de minha irmã. Além disso, não era uma criança de muitos amigos. Não por não ser sociável, mas por simplesmente não possuir afinidades com outras crianças.
Minhas coleguinhas se importavam com a roupa da mais nova Barbie lançada, eu queria algum jogo de raciocínio ou algum livro recém lançado. E não eram livros infantis, esses eu lia na Biblioteca da escola, que não tinha muitas opções. Eu gostava de livros mais maduros, e aos 10 anos de idade já lia os mesmos livros que minha mãe.

Tenho que colocar uma observação aqui. Nunca fui obrigada por ninguém a fazer isso, sempre foi minha escolha e até hoje troco a novela pelo Discovery Channel. Alem disso, não fui uma criança sedentária. Meus pais sempre nos fizeram praticar esportes, passávamos muitas tardes no clube, fazendo todo tipo de atividade física. E ao mesmo tempo em que descobri minha paixão pela natação, minha irmã se enraizou na ginástica olímpica.

Na adolescência, passei boa parte de meu tempo livre perdida entre os livros. Nunca fui fã de televisão, e sempre me irritei com novelas e programas de auditório; assistia apenas filmes, desenhos e alguns seriados.

Com tudo isso, acabei desenvolvendo um espírito critico e muito questionador, e nunca aceitei respostas prontas, meias verdades, trabalhos mal feitos ou discursos sem conteúdo. Na minha fase mais rebelde, questionava tudo e todos, mas aos poucos fui desenvolvendo a tolerância e passei a aceitar melhor os gostos de outras pessoas.

A grande questão é que depois de anos tentando entender o que me fazia diferente da maioria, me aceitei como uma pessoa incomum. Não sou o tipo de menina que acompanha novelas e se veste de acordo com a última moda. Não sigo tendências, não gosto de ser rotulada e odeio futilidades. Odeio conversas que não chegam a lugar nenhum e, numa festa, é mais fácil me encontrar no meio dos meninos discutindo sobre os ingressos esgotados do show do ACDC, que no meio das meninas, ouvindo sobre roupas, a vida dos famosos e sapatos.

Além disso, sou extremamente ligada à música e às artes, de modo geral. E não suporto letras sem conteúdo, sons não elaborados, quadros mal feitos, ou qualquer outro tipo de arte sem cuidado e trabalho. Sou extremamente crítica e autocrítica. Mesmo quando são meus desenhos (sim, desenho e faço pintura em tela), sempre acho que é possível fazer melhor ou diferente.

Amo ciências, tecnologia, História e se não estou conectada à internet pesquisando alguma novidade, com certeza estou lendo alguma revista relacionada ao tema. Gosto muito de pesquisar e aprender sobre qualquer tipo de assunto, mas odeio quando subestimam minha inteligência, ou me julgam pela minha aparência. Sou muito mais que aparento.

Não sei quem inventou as regras sociais, não sei onde está escrito que mulheres são obrigadas a gostar de brincar de bonecas, de moda, de assistir novelas, e filmes românticos. Não sei quem estipulou a futilidade feminina. Sei que essas regras me levaram a muitas e muitas crises de identidade, e demorei muito para perceber que esse tipo de conceito deve e merece ser quebrado.

Meu ex-namorado brincava, dizendo que eu nasci para trazer um pouco de caos ao mundo. Se o preço da paz com meu espírito é ser diferente da maioria e viver quebrando as regras, vou continuar fazendo isso por muito tempo ainda, e com muita satisfação!


quarta-feira, 14 de outubro de 2009

Um Dia Perfeito

“...Não vou me deixar embrutecer
Eu acredito nos meus ideais
Podem até maltratar meu coração
Que meu espírito
Ninguém vai conseguir quebrar”
(Um dia perfeito – Legião Urbana)



Quando te encontrei, meus dias eram cinza e as noites, todas iguais. Você foi entrando aos poucos em minha vida, conquistando um espaço que nunca deveria ter sido seu. Trouxe mais alegria para o meu sorriso, brilho ao meu olhar e a esperança de um novo começo. Foi me envolvendo, e me fazendo acreditar em dias perfeitos e mentiras sinceras.

Mas havia alguma coisa errada, e eu podia sentir. A cada sumiço seu, eu me perguntava onde estava errando. A cada desculpa esfarrapada que me esforçava para engolir, eu me perguntava se não estaria me precipitando. Mas percebi que o problema não era comigo. O problema era você, que me confundia com algum propósito desconhecido.

Hoje, dou graças a Deus que não deu certo! Não consigo mais me imaginar ao seu lado, e vejo que tudo não passou de uma grande mentira, que só me trouxe decepção e sofrimento.

A cada dia que passava meu sentimento por você crescia e a situação ficava cada vez mais insustentável. Até que a sua máscara começou a cair. E como se não bastasse ter que ouvir o clássico “me envolvi demais com você”, vieram mentiras e mais mentiras. Presenciei algumas cenas que fizeram meu coração parar...


Um coração partido sangra...

Ainda assim, fraquejei mais uma vez e deixei você se reaproximar. Cai na sua conversa novamente e acreditei que existia algum sentimento por mim. Esse foi o meu erro, porque depois disso, vieram mais mentiras, mais discussões, mais sofrimento e mais lágrimas que derramei.

Até que começou a sua grosseria, e veio a ultima discussão, em que você me disse que eu tinha que me dar ao respeito. Nesse momento, você destruiu qualquer tipo de esperança e de sentimento por você que havia dentro de mim. E quando você foi embora na chuva aquele dia, minhas lágrimas eram de raiva, não de tristeza. Tenho raiva de mim. Muita raiva. Por ter sido um objeto, por ter ficado com você este tempo todo, por ter deixado você me falar esse tipo de coisa, por um dia ter gostado de você....

Sei que existe algum motivo divino para ter passado por tudo isso. Hoje, estou menos ingênua, e não quero me envolver mais com pessoas da sua categoria.

Não sai ilesa, você deixou uma marca profunda. Mas você não chegou nem perto da minha essência, porque você nunca se importou em me conhecer realmente.
Ainda estou me restabelecendo, e às vezes as lembranças boas ainda doem. Mas isso vai passar.

Enquanto você continua passando pela vida, sem amigos, tratando as pessoas como objetos, eu VIVO, e tenho pessoas maravilhosas ao meu lado para segurar minha mão e me oferecer o ombro quando preciso. E isso você nunca vai saber o que é, porque não se compra e não é descartável.

Apesar disso tudo, continuo otimista com a vida. Ainda acredito no ser humano, e num amanhã melhor. Hoje tenho outros motivos para sorrir e colorir os meus dias. E sei que no momento certo encontrarei alguém que me faça feliz de verdade. E tambem sei que esta pessoa está muito longe de ser parecida com você.


Isso é esperança.

terça-feira, 13 de outubro de 2009

Holiday

"...Before I run far away, I need to take a holiday
Maybe it's a fall from grace, I gotta find a new place
A holiday, I'll set off on a new chase
I gotta see a new face, I need to take a holiday..."
(Holiday - Boys Like Girls)


Último feriado de 2009 passado em terras brasileiras e, como não pode ser diferente, não parei em casa. Primeiro porque família é um assunto muito complicado para mim, e segundo porque mesmo com chuva precisava ver o mar antes de embarcar para a Irlanda.

Acho que minha primeira lembrança relacionada a praia é de uma viagem que fizemos para Santos, quando ficamos no apartamento de uma tia. Eu era bem pequena, devia ter uns 4 ou 5 anos, mas me lembro perfeitamente do contato com o mar, das brincadeiras e, principalmente, dos pesadelos que tive naquela noite. Não tenho idéia da causa, mas até hoje me recordo dos sonhos.

A questão é que minha relação com o mar vem de muito antes de meu nascimento (durante minha gestação, minha mãe passou um bom tempo aproveitando a baixada santista e suas praias), e sou capaz de ficar horas e horas sentada nas pedras ou na areia, apenas vendo e ouvindo as ondas quebrando na praia. Acredito que é o único lugar onde realmente consigo relaxar, deixando a mente livre e as idéias fluírem.

Passei este feriado com a família da minha companheira de viagem, e foi ótimo!
Apesar do mau tempo, passamos a tarde de domingo caminhando na praia, e foi muito bom podermos sentar na areia, olhar as ondas e divagar sobre nossos sonhos, nossas vidas, nossos problemas...

Voltei com a sensação de que tivemos naquela tarde uma conversa a três: deixamos com o oceano nossas angústias, nossos segredos e expectativas, e ele renovou nossas energias, nos desejando uma boa viagem junto com o seu companheiro Sol, que apareceu um pouquinho e nos presenteou com uma bela marquinha de bronzeado.

Agora, a próxima vez que nos encontrarmos com o mar será em alguma praia gelada da Europa, a milhares de quilômetros daqui... e espero que mais uma vez ele receba nossos desabafos, renove nossas esperanças e nos ajude a ver com clareza as idéias, nos preparando para mais uma etapa de nossas vidas!


Mongaguá num dia nublado

sábado, 10 de outubro de 2009

A Song For Ireland

"Walking all the day, near tall towers where falcons build their nests,
Silver winged they fly, they know the call of freedom in their breasts,
Saw Black Head against the sky, where twisted rocks they run to the sea,
When living on your Western shore, saw summer sunsets, asked for more,
I stood by your Atlantic sea, and I sang a song for Ireland...."
(A Song For Ireland - The Corrs)



Como prometi no post anterior anterior, vou falar sobre minha viagem às terras européias.

Sempre quis conhecer a Europa, e hoje estou prestes a realizar um pedacinho deste sonho megalomaníaco. Daqui a 21 dias embarco para Dublin, e ficarei por lá até janeiro do ano que vem.

Muitas pessoas me perguntaram por que escolhi a Irlanda e não a Inglaterra, destino mais conhecido e óbvio para aprender inglês. A resposta é simples: além de ser mais econômico (a moeda corrente na República da Irlanda é o caro Euro, enquanto na Inglaterra é a extremamente cara Libra Esterlina), tenho uma amiga que mora lá desde o início do ano, e está auxiliando em tudo: moradia, curso de inglês, passeios etc., dispensando a intermediação caríssima das agências especializadas.

Esta viagem, mais que um passeio, é uma verdadeira conquista para mim. Afinal, vou morar pouco mais de 2 meses em outro país do outro lado do mundo, finalmente vou aprender e gastar todo o meu weak english, uma vez que o "inglês tabajara" que praticamos aqui é muito diferente da realidade (e eu tive uma boa prévia disso tentando conversar com o noivo dinamarquês de uma amiga), e será meu primeiro aniversário/natal, já que é o mesmo dia, longe da minha família (E isso de forma alguma é ruim!!! Alguém lembra da campanha de natal do Shopping Center Norte em 2008?)




E é claro que não estarei sozinha! Além da amiga que tenho lá, levarei a tira-colo mais uma grande amiga, que topou essa aventura, e vai dividir comigo esses momentos tão especiais. Estamos extremamente ansiosas e eu já estou sentindo aquele friozinho na barriga!
Por exemplo, já passei noites em claro tentando antecipar tudo que pode dar errado, já sonhei que perdia o avião, já acordei no meio da noite achando que era o dia de viajar e a mala não estava pronta...

E também me estressei com a greve dos bancos esta semana... Ainda tenho uma série de pendências a serem resolvidas, e isso estava me atrapalhando e MUITO!
Agora, com os bancos funcionando e tudo fluindo, acho que vou conseguir relaxar um pouco e curtir meus últimos dias de Brasil de uma forma mais leve, enquanto sonho com as ruas e paisagens maravilhosas de Dublin!




Essa é uma foto da cidade que será meu lar por tempo determinado

quinta-feira, 8 de outubro de 2009

Born To Be Wild


"Get your motor running,
head out on the highway,
lookin' for adventure,
in whatever comes our way..."
(Born to be wild - Steppenwolf)
 
 
Depois de muito tempo amadurecendo a idéia, decidi criar coragem e iniciar esse espaço, para realmente descarregar aqui meus pensamentos e dividir com vocês minhas experiências, cada vez mais absurdas.
Não quero fazer deste blog um diário, nem um manifesto da minha persistente rebeldia, e muito menos um tratado sobre qualquer coisa. Quero colocar aqui um pouquinho de minha essência, de meu cotidiano, e ficar livre para escrever sobre o que eu quiser.

Assim, na minha primeira postagem vou falar sobre o nome deste blog. E, como não poderia ser diferente, vou iniciar pelo fim, sobre meu multiverso.
Um ex-namorado dizia que eu carrego um universo inteiro dentro da cabeça. Pensando sobre isso, descobri que ele não estava errado, afinal todos nós temos não só um universo, mas milhares de universos, ou seja um multiverso, dentro de nossas cabeças. Explico: um universo é um conjunto; assim temos o universo familiar, o universo profissional, o universo de nossos relacionamentos, e em algum lugar lá no fundo, um universo só nosso, que não dividimos com mais ninguem. Essa é nossa essência, o que nos faz seres únicos e indivíduos no mais amplo sentido da palavra. E é um pouquinho disso que quero compartilhar aqui.

Falando sobre o título em si, Metal Contra as Nuvens é uma famosa música da Legião Urbana. Mas, ao contrário do que a maioria pode pensar, não estou batizando o blog com este nome por causa da letra, e sim pelo sentido filosófico mesmo. Mais uma vez explico: quando criança, observava muito o céu, imaginava desenhos em nuvens e gostava de ver os aviões atravessando essas mesmas nuvens e formando novos desenhos. Você pode cortá-la, com um avião, um vento forte ou (usando um pouco a imaginação) uma faca, mas a nuvem permanecerá lá, mudando de forma, se adaptando e vencendo o metal.
É assim que me sinto com relação a alguns acontecimentos da minha vida. Posso lutar, posso ir contra as regras, mas as coisas se ajustam e acontecem da mesma forma.

Enfim, chega de filosofia barata!
Estou de malas prontas rumo à Dublin, e como estou super ansiosa, no próximo post vou falar sobre minhas expectativas quanto a essa viagem!

Europa, aqui vou eu!!