sábado, 13 de fevereiro de 2010

Telhados de Paris

“Venta, ali se vê
Aonde o arvoredo inventa um balé
Enquanto invento aqui pra mim
Um silêncio sem fim
Deixando a rima assim
Sem mágoa, sem nada
Só uma janela em cruz
E uma paisagem tão comum
Telhados de Paris (...)”
(Telhados de Paris – Zelia Duncan)



Depois de 15hs de viagem, chegamos a Paris.

Cidade Luz, cheia de romantismo e charme, certo? Bem, em parte. O centro de Paris é realmente lindo e faz jus à fama da cidade. Porém, basta afastar-se um pouquinho do centro, que a cidade se transforma completamente. É como se saíssemos da Avenida Paulista e andando poucos quarteirões, estivéssemos no Pelourinho.

Ficamos hospedadas em um Hostel bem afastado do centro, desta vez, e pudemos conhecer as duas partes da cidade. Honestamente, foram as melhores acomodações de nossas viagens européias (e as mais caras também rs), apesar da dificuldade de chegarmos aos pontos turísticos.

Logo no primeiro dia, resolvemos conhecer o museu de cera parisiense. Depois de quase uma hora de caminhada, nos perdendo pelas ruas de Paris, nos decepcionamos com o museu, e nem chegamos a entrar. Ele não lembra em nada o londrino Madame Tousseaud, e pelas fotos que vimos, parecia uma exposição de caricaturas. Para compensar, comemos um crepe, ouvimos um “u-la-lá”, e voltamos para o Hostel, programando nossos próximos passeios.
No segundo dia, mais uma amiga se juntou à nossa aventura. Agora, como um quinteto, fomos conhecer a Torre Eiffel e a Champs Elyseé. Encontramos a casa onde Santos Dummont morou na Cidade Luz, e “turistamos” até o dia acabar.

No dia seguinte, nosso terceiro dia, fomos até Versailles, conhecer o magnífico palácio e o indescritível jardim. Apesar de ainda sofrer as conseqüências do saque da Revolução Francesa (muitas salas estão vazias já que as peças não foram recuperadas, e não há registros para repô-las), é sem dúvida um dos lugares mais bonitos e luxuosos da Europa. Seus jardins se estendem até onde a vista alcança, e é muito fácil imaginar as festas de Maria Antonieta e os mosqueteiros de Luis XV em toda sua extensão.
Mais um dia, e mais um passeio inusitado. Decidimos ir ao cemitério Père-Lachaise, onde diversos famosos estão enterrados; encontramos Jim Morrison, Chopin, Allan Kardec, Edit Piaff e Oscar Wild. Além disso, fomos presenteadas com neve! A primeira vez que vimos nevar, estávamos saindo da estação, em frente ao cemitério.
Depois, fomos ao Museu do Louvre, visitar a Mona Lisa e a Vênus de Milo. Esta foi sem dúvida, uma das maiores emoções da minha vida. Caminhar por entre as estátuas, quadros e obras de arte do Louvre sempre esteve em meus sonhos. E para encerrar o dia, um passeio pela Catedral de Notredamme.
Nosso último dia em Paris começou cedo, com um passeio a Igreja Sacré-Coeur, que fica no ponto mais alto da cidade. Infeliz mente, não podemos fotografar o interior da igreja, mas posso afirmar com toda a certeza que ela é linda, muito mais bonita que Notredamme. Ao sair, mais uma vez a emoção tomou conta de nossos coraçõezinhos, embalados por um violinista.
Depois, fomos ao Arco do Triunfo, e finalmente, o Moulin Rouge.
Confesso que fiquei um pouco decepcionada com o Moulin Rouge. Primeiro, pela localização; ele fica num bairro no “lado B” de Paris, cercado por casas de shows noturnos (se é que vocês me entendem rs). E segundo porque ele não tem nada do glamour que imaginamos. Alem disso, os shows são caríssimos (o ingresso mais barato custa cerca de 100,00 euros).
Ainda fizemos um ultimo passeio pela congelada Champs Elyssé antes de partir, e passeamos pela feirinha de natal montada das praças próximo ao rio Senna.
Quanto ao povo, de uma maneira geral os franceses são muito bonitos e elegantes, mais ainda que os italianos e ingleses. E não são nada fedidos, como reza a lenda.

Partimos para Dublin, e passamos a noite no aeroporto, aguardando o nosso vôo para a Escócia.
E essa será a aventura do próximo post!

Obs.: Paris foi o lugar que mais tivemos dificuldade de comunicação, e ao mesmo tempo, o local onde nos comunicamos melhor! Explico. Apesar de conhecerem, por uma questão cultural os franceses se recusam a falar o inglês; o jeito foi optar para mímica e para o espanhol. Por outro lado, em todos os pontos turísticos encontramos pessoas falando português (Portugueses ou pessoas que aprenderam o idioma), alem de áudio-guias em português. Tudo isso facilitou muito a nossa vida.