domingo, 2 de maio de 2010

See You On The Other Side

“(…) Grieving. Grieving. Grieving.
I hate to say "good-bye"
"Dust and ash forever" yea
Though I know we must be parting.
As sure are starts are in the sky.
I'm gonna see you when it comes to glory.
And I'll see you, I'll see you on the other side (…)”
(See You On The Other Side – Ozzy Osbourne)




Ao contrário de um nascimento, que sempre sabemos o que esperar, a morte é sempre uma surpresa desagradável... E esta semana, mais uma vez, tive que encarar a fragilidade da vida humana...

No dia 22, um primo foi submetido a uma cirurgia para retirada de um tumor na cabeça. Ele tinha organismo já debilitado pelos anos de alcoolismo e diabetes, acabou não resistindo, e faleceu na madrugada de segunda feira (26 de abril).

Apesar de ser batizada e crismada pela Igreja Católica, não tenho religião definida. Acredito em Deus, na fé e que a morte é apenas uma passagem; inúmeras experiências me convenceram de que morrer não é o fim. Mas este é o tipo de situação que sempre me faz pensar no rumo que dou à minha vida, e nas decisões que tomo...

A morte nunca foi tabu para mim; falo dela sem problemas e encaro a situação quando necessário... Este é um dos problemas de ser uma criança precoce: meus pais nunca conseguiram me poupar de nada... Nunca ouvi as mentirinhas do tipo “a tia foi viajar para bem longe e não volta mais”. Muito pelo contrário, minha primeira experiência do tipo foi aos 6 anos, quando uma tia muito querida faleceu e meus pais se viram forçados a me falar a verdade (é, sempre fui curiosa e nunca me contentei com o “porque sim”).

Desde então, entendi que um dia vamos embora, vamos deixar aqui pessoas que amamos, e muita, muita saudade. Também entendi a importância que temos na vida dos outros e a ligação com nossos familiares (boa ou ruim). E mais que tudo isso: entendi que quando alguém que amamos vai embora, precisamos de ombros fortes para dividir conosco este peso, e nos consolar quando precisamos.

Nesse meio tempo, perdi muitas pessoas queridas... Amigos que amava demais... Tios, avós e meu pai. Cada um levou um pedaço de mim, mas deixou muito de si. E posso dizer que ainda vivem em mim, por meio das lembranças, pelos valores que me deixaram e pelo amor que ainda tenho por todos eles.

Acredito que esse é o grande sentido de viver para sempre: viver nos outros quando deixarmos esta vida, pelas coisas que fizemos e pelo amor que tivemos uns pelos outros. E também que esta é a ligação que me fará reencontrar todos eles algum dia....

Meu primo era quase um irmão para meu pai. Nasceram no mesmo ano, eram filhos únicos, foram criados juntos, viveram situações muito parecidas e sempre estiveram muito presentes um na vida do outro.
E, assim como meu pai, meu primo foi embora cedo, e deixou a mãe idosa... E ela é a grande preocupação de todos; apesar de forte e de ter uma saúde de ferro, minha tia tem 87 anos, e está sem rumo... Agora cabe a nós, as sobrinhas, consolar e rezar para que minha tia encontre uma razão para viver bem o restinho do tempo que lhe resta aqui neste mundo...

A vida é muito curta quando comparada à eternidade, e somos seres muito frágeis... Nunca sabemos quando deixaremos este plano. Por isso, procuro viver da melhor forma possível, aproveitando cada minuto. No fim, é como diz o Rei... “se chorei ou se sorri, o importante é que emoções eu vivi”.

E são essas emoções que quero levar comigo e deixar aqui quando for a minha hora de partir... e que esteja bem longe, de preferência!! rs