sábado, 28 de novembro de 2009

London Calling

“(…) London calling yeah I was there too
An' you know what they said? Well some of it was true
London calling at the top of the dial
After all this won't you give me a smile?
London calling
I never felt so much alike”
(London Calling – The Clash)

 
Depois de um final de semana maravilhoso em Roma, minha próxima parada é Londres.

Apesar da Irlanda ser um pais bem parecido com a Inglaterra, não passamos por experiências fundamentalmente britânicas, como o chá das 5, por exemplo.

Quero visitar o Big Ben (não é Bang, como muitos pensam), a London Eye (aquela roda gigante às margens do Rio Tamisa) e especialmente, o museu de cera Madame Tausseou (adoro tirar fotos com estátuas! Hehe)

Só espero que o tempo não estrague nossa diversão...

Estamos saindo de Dublin a uma temperatura de 0º (isso mesmo... ZERO), muita neblina, vento e chuva.

No próximo post conto pra vocês como foi minha viagem!







sexta-feira, 27 de novembro de 2009

Cidade Maravilhosa

“(...) Jardim florido de amor e saudade
Terra que a todos seduz
Que Deus te cubra de felicidade
Ninho de sonho e de luz
Cidade maravilhosa
Cheia de encantos mil (...)”
(Cidade Maravilhosa – André Filho)


Esta é Roma, cidade em que passei 4 dias maravilhosos!!!

É incrível como a cidade mescla ruínas, igrejas, monumentos, fontes, museus com prédios e tecnologia.

É apaixonante.... Em cada esquina existe um detalhe, em cada passo, algo para fotografar... Me encantei pela cidade e até o momento, esta foi a melhor viagem que fiz na vida!

Me emocionei o tempo todo... Chorei feito criança quando vi a Fontana de Treve... Chorei quando entrei no Coliseu... O Vaticano é algo descomunal, sem explicação... Palavras não são suficientes para descrever tudo o que vi naquele lugar!

Para vocês terem uma idéia, quando a gente se aproxima do Vaticano a atmosfera muda... tudo começa a ficar mais silencioso, como se já estivéssemos na Igreja em si... É um desafio para o cérebro assimilar o tamanho e a riqueza de detalhes da Basílica de São Pedro...

E um teste de resistência para quem se atreve a subir na Cúpula. São 320 degraus do meio até o topo... mas quem consegue, como nós, é presenteado com uma visão única de Roma.

Quanto ao Museu do Vaticano, para apreciar como se deve, é necessário dispor de pelo menos 2 dias.... Não tínhamos tanto tempo, por isso vimos o essencial. E isso inclui a Capela Sistina. Quando chegamos na sua porta, já sentimos o impacto... ela é imensa! É o trabalho de uma vida, realmente.

A Fontana de Treve me proporcionou o por do sol mais emocionante da minha vida. A beleza do lugar, o sol se pondo, a fonte se iluminando... me fez chegar fácil às lagrimas. A gente quase se convence que a fonte sai de dentro do prédio...

A Piazza Navona é super charmosa... ponto de encontro de artistas e turistas, é onde se localiza a Embaixada Brasileira. Almoçar em um dos restaurantes locais, apreciando a paisagem foi uma experiência fantástica.

Em poucas palavras, assim é Roma: cidade que respira arte, transpira História e faz a gente se emocionar em cada esquina. Quem conhece jamais esquece!

sexta-feira, 20 de novembro de 2009

The Glory of Rome

“(…) Oh, ways of gold
lead us into YOUR blaze of fame.
Oh, are YOU waiting
for what we have brought YOU from hell?
Glory of Rome, glorious home.
Praising the king of the kings.
Glory of Rome, glorious home.
Reaching for haloes and wings. (…)”
(The Glory of Rome – Avantasia)


E finalmente chegou o dia de fazer a mala e realizar mais um sonho... Amanhã cedo vamos finalmente conhecer Roma!! E não estou me agüentando de ansiedade.

Desde pequena, me sinto muito ligada a dois lugares: Roma e Atenas. Sonho com freqüência que estou passeando por lá. Mas não na atualidade, e sim em seus dias de glória. Em meus sonhos, já vi o Parthenon sendo construído, já discuti com Sócrates (esse foi bom! Rs), vi os gladiadores no Coliseu e fui jogada aos leões... enfim... por algum motivo, sempre senti que tinha que conhecer essas duas cidades.

Nessa viagem não será possível conhecer Atenas... mas isso não quer dizer que estou desistindo, de jeito nenhum! Tenho planos de conhecer a Grécia em minhas próximas férias, e de preferência no verão, para conhecer as famosas Ilhas Gregas e seus tesouros rs

Fiz um roteiro prévio, para não nos perdemos entre tantas coisas para ver... e para minimizar a curiosidade de vocês, vou colocar aqui alguns lugares que vamos visitar:
  • O Coliseu 
  • O Vaticano
  • O Foro Romano
  • O Museu do Capitólio, onde está a estátua da loba amamentando Romulo e Remo
  • A Via Apia (parte mais antiga de Roma)
  • O Circo Massimo (onde aconteciam as corridas de biga)
Infelizmente, o brilho dessa viagem foi ofuscado por uma tragédia na vida de um amigo, que perdeu a filha de apenas 6 meses esta semana. Recebemos a noticia aqui e ficamos chocadas...
E com certeza vamos acender uma vela no Vaticano, para que Deus tome conta dessa família, e que possa guiar os passos desse rapaz com sabedoria. 


domingo, 15 de novembro de 2009

Sunday, Bloody Sunday

“I can't believe the news today
I can't close my eyes and make it go away
How long?
How long must we sing this song?
How long, how long?
Cause tonight we can be as one
Tonight…”
(Sunday, Bloody Sunday – U2)



Sunday funny Sunday, isso sim!


Hoje, a Irlanda se reuniu em Dublin para versua segunda consecutiva em esportes coletivos esta semana. A primeira foi ontem, no futebol, contra a França. E hoje, foi no rúgbi (a paixão nacional irlandesa) contra a Austrália.


No meio da confusão de pessoas vestidas de verde (irlandeses) e de amarelo (australianos e simpatizantes), decidimos dar um pulinho em Killiney, um bairro afastado do centro de Dublin, para tietar na casa do Bono Vox, vocalista do U2 e atualmente a figura que mais admiro no meio artístico.


Fomos até a estação, pegamos o DART (o metrô com linhas suspensas de Dublin) e descemos na estação de Killiney, que fica ao lado de uma bela e tranqüila praia.
E fizemos nosso papel de fãs, claro! Tiramos fotos, fotos e mais fotos da entrada da casa do Bono, até uma voz cavernosa nos expulsar da frente do portão...


Como prêmio de consolação, subimos mais um pouco a rua, e pudemos ver o jardim da casa (ou castelo) da Enya (a cantora depressiva).


Enquanto isso, várias pessoas vieram me pedir informação. Como se eu soubesse onde estava... e como se fosse suficientemente fluente em inglês, para responder com perfeição...O resultado: gastei meu inglês, fiz várias boas ações, deixei pelo menos umas 10 pessoas felizes, e ainda fiz a alegria das minhas amigas, né...
Afinal, quantas vezes você um árabe sair do carro, descer uma ladeira correndo e pedir informação para uma mulher? E ainda ficar todo feliz e tirar fotos e mais fotos da casa do Bono?


Experiencias únicas...rsrs


Depois disso, resolvemos descer no centro e ir ao Australian Pub, um bar onde pessoas de todas as nacionalidades se reúnem para assistir os jogos de seus times ao vivo.
Nossas amigas corinthianas deliraram quando viram que o jogo Corinthians X Avai seria transmitido ao vivo, em alguma das 20 televisões espalhadas pelo pub. E enquanto o jogo não começava, nos divertimos vendo a festa dos australianos (comemorando a vitória sobre a Irlanda) e a integração dos irlandeses com os vitoriosos de hoje.


Enquanto ria com a palhaçada dos meninos bêbados, pude perceber uma coisa: existe sim uma coisa pior que sotaque irish! O sotaque australiano! É cem vezes mais enrolado e arrastado, e está em uma esfera de compreensão muito longe da minha.


Se eu tinha alguma pretensão de ir para a Austrália, essa experiência me mostrou que tenho que estudar muito mais inglês, e praticar o modo listener um milhão de vezes mais, antes de embarcar numa loucura dessas. Por enquanto, a Europa está de bom tamanho para mim...rs

sábado, 14 de novembro de 2009

City Of Blinding Lights

"The more you see the less you know
The less you find out as you go
I knew much more then than I do now
Neon heart dayglo eyes
A city lit by fireflies
They're advertising in the skies
For people like us
And I miss you when you're not around
I'm getting ready to leave the ground....”
(City Of Blinding Lights – U2)



Dublin é uma cidade estranha. Mistura o velho com o novo, com seus prédios modernos despontando entre casas com quase 200 anos, bares como o Temple Bar com mais de 300 e Igrejas com mais de 800 (como a St. Patrick’s).

Ainda assim, o mais curioso e irritante nessa cidade é o clima. Chove todos os dias, nos momentos mais inesperados. Até com sol chove!

E não sou fã de dias chuvosos... Eles me deixam pensativa e me remetem a um tempo em que uma pessoa especial escrevia poemas sobre chuva para alegrar meu dia. Por isso, o meu grande desafio nesse lugar está sendo conviver com esse clima maluco e com essas lembranças que me perseguem.

Também tenho passado muito tempo sozinha... Mas isso está sendo muito bom para reavaliar minha vida, colocar algumas coisas e pessoas em seus devidos lugares e planejar algumas decisões que já deveriam ter sido tomadas há muito tempo. Sou pessoa de atitude, e tenho adiado algumas coisas desnecessariamente.

A deprimente chuva de Dublin trouxe para mim momentos únicos. E posso dizer que minha visão sobre ela está começando a mudar também.

A grande verdade é que me perdi em algum momento da minha vida, e só agora estou me reencontrando e fazendo as pazes comigo mesma. Hoje, posso dizer que reencontrei minha essência, depois de muito tempo buscando por ela. E tenho muita coisa borbulhando dentro de mim, fervendo, querendo sair... Não estou mais conseguindo bloquear e também não faço mais questão disso.

Meu futuro é incerto. Mas de uma coisa posso ter certeza: nunca mais serei a pessoa que saiu do Brasil, e isso não quer dizer que seja ruim. Está me fazendo um bem danado... É um momento de reflexão pra mim, de crescimento e de reencontro.

E é nesse contexto que me preparo para conhecer Roma, por que sei que esta será uma viagem especial. Me emociono só de pensar que daqui a uma semana estarei andando por um lugar que quero conhecer desde criança.

Conseguimos vaga em um Hostel no centro histórico da cidade, próximo ao Coliseu e ao Vaticano... E meu coração aperta só de pensar nessa visão!

Tenho que confessar que gostaria muito que a pessoa especial dos poemas estivesse aqui, vivendo essa experiência comigo... Mas existe algo dentro de mim que diz que ainda vamos passar por esse momento juntos no futuro.

Como diz a música do Caetano, “a esperança é um dom que eu tenho em mim”!
E é por isso que não deixo de lembrar dos poemas, dos risos e dos dias especiais que passamos juntos.

terça-feira, 10 de novembro de 2009

A Dois Passos do Paraíso

"Longe de casa
Há mais de uma semana
Milhas e milhas distante
Do meu amor
Será que ela está me esperando
Eu fico aqui sonhando
Voando alto
Vou perto do céu..."
(A Dois Passos do Paraíso - Blitz)



Acho que esses versos tem tudo a ver com o meu momento hoje.
Estou aqui em Dublin, a dois passos (ou 10 dias) de conhecer Roma, um dos meus dois grandes sonhos de infância (o outro é conhecer Atenas), e meu coração está aqui, apertadinho...
Dizem que não podemos ter saudades do que não vivemos. Então, eu gostaria que alguem me explicasse que sentimento é esse que me acompanha há tanto tempo, e que me deixa indignada com as coincidências divinas que acompanham minha vida...


Deixando isso de lado, quero registrar aqui as coisas que aprendi com os Irish (como se auto-denominam os irlandeses) durante esses dias: 
  • Os ônibus passam no horário marcado, e você tem que estar no ponto. Se estiver fora dele, mesmo que seja a dois metros, o motorista não para;
  • Aqui existem dois tipos de metrô, o Luas (que são as linhas terrestres no centro da cidade) e o Dart (que são as linhas elevadas, que levam à periferia). Tenho quase certeza de que o autor desses nomes gostava de Star Wars...
  • Todo mundo cuprimenta todo mundo;
  • Você achou que comida baiana e mexicana eram apimentadas? Não conhece o tempero irish! rs
  • O arroz é coado, e o feijão é doce. O chocolate é delicioso. Batata é o ingrediente principal das refeições, e eles comem cogumelos, ovos mexidos, feijão e pão com manteiga no café da manhã. Chá é tomado com leite e sem açucar, e o suco de laranja preferido é o concentrado (que eles tomam sem diluir);
  • Aqui não existe açougue; são boutiques de carne. E ai de você se for na feira livre e escolher alguma coisa manuseando o alimento...
  • Todo mundo aqui adora cerveja Guinness... Mas isso faz um mal tão grande para os narizes desacostumados...
  • Nos banheiros, os cestos de lixo não são utilizados para descarte de papel. O papel higiênico, por ser biodegradável, é jogado diretamente na privada.
  • Os irlandeses são bagunceiros, confusos e desorganizados. Todas as casas possuem pelo menos um quarto onde se guarda (ou se joga) todo tipo de coisa que não tem uso imediato;
  • Quando o óleo da casa acaba, não quer dizer que você vai ficar sem cozinhar... quer dizer que você vai ficar sem aquecimento central na casa;
  • E quando você fica sem aquecimento, entra em cena o nosso amigo secador de cabelos, que mostrou ter mil e uma utilidades;
  • Apesar do formato estranho, as tomadas são ótimas. E super seguras: todas possuem um interruptor ao lado, que liga e desliga a corrente que passa por ali. Para quem tem medo de tomar choque, é ótimo;
  • Os fogões são elétricos e potentes, e tambem possuem interruptores de segurança. Alem disso, em todas as casas existem chaleiras que fervem a água rapidamente;
  • Leprechauns existem. Mas eles cobram uma moedinha por foto;
  • Os pombos irlandeses são muito mais gordinhos que os nossos;
  • Os irish falam duas línguas. O inglês britânico e o irlandês (que muitas vezes nem eles mesmos entendem). Isso significa que todas as ruas tem dois nomes, apesar de você nunca encontrar a placa;
  • Duas coisas são certas na Irlanda: os impostos e chuva todos os dias;
  • Aqui tambem existe violência doméstica. Mas é o homem que apanha da mulher;
  • Em cada esquina existe um mercado ou loja de convenência. Às vezes, os dois;
  • Os irish adoram futebol, e acompanham os campeonatos, especialmente o inglês. Mas ninguem admite, lógico;
  • Praticamente todos os programas de sucesso da televisão americana possuem um similar inglês, assistido pelos irlandeses. O Aprendiz é o The Aprendice (já está na 3ª edição); American Idol é The X-Factor, House é Dr. Hope, e por aí vai;
  • Irlandeses são exagerados. Os pacotes de batata frita no mercado são de 1kg, os pacotes de barbeadores descartáveis possuem 15 aparelhos, pacotes de pilha vem com 12, pacotes de sopa instantânea são de 1kg e tudo é muito maior que no Brasil;
  • Aqui tambem existem as lojas super baratas. As de R$1,99 são as de 2 euros; lojas de departamento, como Renner, C&A, Marisa, são as Penney's e Dunnes;
  • A moda parou nos anos 80, com muitas plumas, paetês, lantejoulas e muito colorido. As moças usam microsaias no inverno (ninguem entende como elas conseguem), e os adolescentes tem aquele ar roqueiro-emo-rebelde;
  • Cuidado com o que você deseja. Na Irlanda, aparentemente, tudo se realiza mais rápido que em outros lugares (ou será que Deus entende melhor porque fala inglês? rs);
  • A Bulmers é uma bebida deliciosa entre a cidra e o champagne, que só existe aqui. Assim como o Nestea de frutas vermelhas, a Kiss de morango e a cerveja de 8.6% de teor alcóolico;
  • A população do país cresceu ano passado graças à entrada de estrangeiros no país. Apesar das famílias serem grandes e de existir o incentivo do governo, é gelevado o êxodo de irlandeses para outros países (principalmente Inglaterra) em busca de melhores oportunidades de trabalho;
  • Os índices de viciados e suicidas são altíssimos, apesar da violência ser quase nula;
  • Os cemitérios ainda são no formato medieval;
  • E você deve tirar fotos das igrejas de segunda a quarta. Nas quintas e sextas há uma fila enorme para o confessionário, e certamente alguma beata irá dizer que você deve pedir permissão na sacristia.
Ah, e o mais importante: se você se perder, não se desespere! Todos os caminhos levam à Spire e ao centro da cidade.

domingo, 8 de novembro de 2009

Where The Streets Have No Name

“I wanna run, I want to hide
I wanna tear down the walls
That hold me inside.
I wanna reach out
And touch the flame
Where the streets have no name.
I wanna feel sunlight on my face.
I see the dust-cloud
Disappear without a trace.
I wanna take shelter
From the poison rain
Where the streets have no name…”
(Where The Streets Have No Name – U2)



Como prometi no post anterior, vou contar como foi minha aventura do primeiro dia de aula.

Chegamos no domingo a noite e nossas aulas de inglês começaram na segunda feira as 9hs. Para não ter problema, combinamos de nos encontrar na porta da escola as 8:30.

Minha casa é a ultima da rua, colada em um muro (alguém já viu uma avenida terminar num muro??), por isso não sai para o lado errado. Segui o fluxo de pessoas até o ponto de ônibus, e curiosamente, ele passou no horário que estava marcado no ponto.

O que percebi nessa cidade é que por falta de nome, as ruas de Dublin tem dois, um inglês, e um na língua nativa, que estou chamando de irrolandes, porque ninguém entende o que se fala. A grande questão é: de que adianta ter 20 nomes, se não existe placa??

Minha referência para descer na escola era um parque que tem na frente dela. O que eu não contava é que passei por 500 campos de futebol no caminho, e quando o ônibus entra na avenida da escola tem um também. Resumindo a estória: perdi a referência, perdi o ponto e fui parar no ponto final do ônibus, no centro da cidade.

Peguei o mesmo ônibus para voltar e ai sim, desci na porta da escola. Minhas amigas tinham acabado de chegar, e a professora nem tinha aparecido ainda. Quando ela chegou, fomos para a aula e descobrimos que nos colocaram no nível avançado, e tivemos dificuldade para acompanhar a aula. Quando acabou, fizemos um teste de nivelamento, e fomos conhecer o centro da cidade.

Passamos a tarde inteira passeando, seguindo um rio que corta a cidade, e encontramos nossa amiga que mora em Dublin as 17hs, na Spire (um monumento em forma de agulha, que fica no centro da cidade). Ela nos levou até um pub, para comermos alguma coisa e contarmos para ela como foi nosso dia.

Quando terminamos, começou o desafio de voltar para casa a noite e com chuva. Para minha tristeza, peguei o ônibus errado, e fui parar em um hospital. Desse hospital, peguei o mesmo ônibus e quando achei que estava em um lugar conhecido, desci. Só para descobrir que essa cidade é um fractal gigante!

Decidi voltar para o centro da cidade e começar de novo, e peguei um outro ônibus que indicava passar lá. Mas o ônibus estava indo para o final, e eu só descobri quando o motorista gritou: Last Stop!!

Esse ainda foi gente boa comigo, acho que percebeu que eu estava perdida e me perguntou para onde eu estava indo. Com eu inglês tabajara expliquei que precisava voltar para o centro da cidade. Ele me indicou o ônibus da frente, e ainda foi falar com o motorista, para me avisar quando estivesse no centro da cidade.

Enfim, tudo correu bem, quando cheguei no centro, já estava num lugar realmente conhecido. Peguei o ônibus certo e fui para casa. Foi então que descobri que minha linha só circula até as 23:30. E já era quase 23hs. Por pouco não fico na rua...

Cheguei esgotada, com o cansaço acumulado da noite mal dormida no avião... mas, muito feliz com o dia que tivemos e por ter conseguido voltar para casa rs.

terça-feira, 3 de novembro de 2009

Simples Viagem

“....Na minha idade
Velocidade de um avião
Os dias não passam
Não passam e vão
O tempo não cabe
O tempo é maior
Senhor do destino
Dono da direção...”
(Simples Viagem – Cidade Negra)
 


Agora que estou devidamente instalada em Dublin, consigo postar aqui sobre a minha viagem.

Depois de todo o desespero com o peso das malas, e o mico que paguei para pesá-las no veterinário, relaxei e sai para aproveitar minha ultima noite em São Paulo. Fui comemorar o aniversário de uma amiga em um rodízio de frutos do mar. Com exceção da aniversariante que confundiu a festa com um casamento, e chegou quando todos nós já achávamos que ela não apareceria, a noite foi maravilhosa!

Acordei no sábado com vontade de cortar o cabelo... Mesmo sem saber como ficaria, e faltando algumas horas para embarcar para Dublin, foi exatamente o que fiz. E não me arrependo rs.

Enfim, quando chegou a hora de embarcar, ainda tive 2 surpresas... minha mãe teve um ataque de maternidade e me mandou um e-mail lindo, porque não teve coragem para me falar pessoalmente, e meu sobrinho teve o primeiro acesso de choro por minha causa.

Minha irmã me deixou no aeroporto, um casal de amigos me fez companhia até a hora do embarque, e deu tudo certo. Minha companheira de aventura chegou no horário, fizemos o check in, declaramos os nossos equipamentos eletrônicos e embarcamos.

Foram quase 12 horas de viagem noturna até Amsterdan, e eu praticamente não dormi. Mas a adrenalina estava tão forte que nem senti sono. Quando desembarcamos para realizar a conexão me sentia como se tivesse dormido a noite toda.

O aeroporto de Amsterdan merece uma menção aqui. Primeiro porque é gigantesco, muito maior que os nossos Cumbica e Congonhas juntos... E segundo porque dentro dele existe um mundo a parte: vimos um museu, vários bancos, cabeleireiro, lanchonetes, lojas e mais lojas e até mesmo (acreditem!) um pub.

Ainda enfrentamos quase 3 horas de vôo para chegar em Dublin. E sem direito a refeição, que triste... (hehehe)

Cansadas, passamos pela imigração. Eu não tive problemas, mas a moça da National Gard irlandesa cismou com minha amiga. Demorou algum tempo para que ela fosse liberada, mas deu tudo certo. O problema foi que, devido a essa demora, tivemos que procurar nossas malas pelo aeroporto (que é tão grande quanto o de Amsterdan). Quando encontramos nossa bagagem, foi um alivio!

E depois disso, foi só alegria! Encontramos nossas amigas no hall, e foi uma bagunça que não passou despercebida... Agora eu entendo porque brasileiro tem fama de ser um povo festeiro: quando outras pessoas se encontram por aqui, a coisa é muito fria... é um aperto de mão, no máximo um abraço ou beijo tímido no rosto... enquanto nós beijamos, abraçamos, apertamos, falamos, gesticulamos, tudo ao mesmo tempo.

As meninas nos levaram de ônibus para a casa onde ficarei hospedada até minha volta. Transporte público por aqui é levado muito a sério, e não tivemos dificuldade nenhuma, nem mesmo para subir e descer as malas. Quando chegamos, fui apresentada a família que vai “me agüentar” por 2 meses. Já digo que são pessoas muito simpáticas e me acolheram muito bem. A dona da casa é um doce de pessoa, se esforçou para entender meu inglês tabajara, e me deixou muito a vontade.

Apresentações feitas, já estava morrendo de fome, e saímos para comer. Descobri que perto de onde vou morar tem um Mc Donald’s, e meu primeiro desafio nesse país maluco foi pedir um lanche para comer. Posso dizer que os lanches são diferentes do que temos no Brasil, e o gosto difere um pouco... o tempero é diferente, os molhos são diferentes... até o katchup é diferente. Mas isso não quer dizer que seja ruim, muito pelo contrário rs.

E, finalmente, minhas amigas levaram minha companheira de aventura para a casa onde ela vai se hospedar, e eu fui entregue novamente no meu novo “Home Sweet Home”, onde consegui dormir por mais de 12 horas seguidas!

No meu próximo post, vou contar para vocês como foi meu primeiro dia aqui. E foi realmente uma aventura!