quinta-feira, 18 de março de 2010

Sobre o Tempo

“(...) O tempo engana aqueles que pensam
Que sabem demais que juram que pensam
Existem também aqueles que juram
Sem saber
O tempo passa e nem tudo fica
A obra inteira de uma vida
O que se move e
O que nunca vai se mover (...)”
(Sobre o Tempo – Nenhum de Nós)


Admito: sou viciada em Rock’n Roll! Está no meu sangue, na minha alma, em meu coração. Já faz parte de mim, de minha vida... e não consigo mais mudar minha preferência!

Mas, entendam: não sou militante, não sou fã de nenhuma banda especifica. Gosto, ouço e acompanho diversos estilos dentro do rock, posso variar do punk para o melódico sem o menor preconceito, mas não suporto hipocrisia e a falta de criatividade de algumas bandas... mas isso não é tema para este post.

Passei minha adolescência nos anos 90, e tive a chance de acompanhar a carreira de diversas bandas lendárias, músicos fantásticos, cantores que mudaram a estória da música, e movimentos musicais inteiros... Perto do cenário musical atual, me considero uma pessoa privilegiada por ter conhecido e vivenciado tudo isso.

Naquela época, só podia sonhar em assistir minhas bandas favoritas, ir aos festivais, como os saudosos Phillips Monsters Of Rock, o Hollywood Rock ou o Rock’n Rio... Era muito nova, só entraria nos shows com o responsável, e nenhum dos meus queridos genitores tinham o mesmo gosto musical que eu... Meu pai com certeza perderia os poucos cabelos que tinha se me visse hoje...rs

Os anos passaram... artistas morreram, bandas acabaram, perderam espaço, os estilos se misturaram, as sobreviventes se adaptaram e quem viu, viu... quem não viu só pode se lamentar... como eu.

Às vezes, porém, temos a chance de viver o que não conseguimos no passado. E foi uma dessas oportunidades que tive no último dia 13, graças a uma amiga... Fui ao show do Guns ‘n Roses em São Paulo e pude ver não só Axl Rose e sua nova turma, como o Sebastian Bach cantando clássicos dos anos 90.

Os shows começaram com muito atraso, as bandas brasileiras deixaram a desejar... mas fiquei muito surpresa com o Sebastian e o Guns. Os shows foram ótimos!

Confesso que Skid Row (a antiga banda do Sebastian) marcou minha vida em momentos decisivos, fez parte de minha história talvez muito mais que Guns ‘n Roses. Lógico que também tive os meus momentos ouvindo Axl, mas a carga emocional das lembranças é muito diferente.

O fato é que nem o Axl e nem o Sebastian são mais os mesmos loucos rebeldes que causavam confusões nos hotéis e polêmica onde quer que estivessem.... Axl sequer lembra o magrelo cabeludo que corria de um lado para o outro no palco... é muito difícil achar dentro dele o cantor que conhecemos...

E ai vem a grande questão deste post... o tempo passa! E não passa só para nós, pessoas comuns com nossas vidas comuns... Passa para nossos cantores preferidos, para nossas músicas, para nosso estilo... e não podemos congelar o tempo e nos manter inertes e indiferentes às mudanças que acontecem ao nosso redor.

Assim como as bandas, sobrevive quem se adapta... E aqui o adaptar-se não é apenas ao meio. É adaptar-se a sua idade, é amadurecer, é crescer sem mudar sua essência.
Aquilo que fomos não voltará jamais... os momentos do passado ficam no passado, nas nossas memórias, fazem parte daquilo que somos, mas não vão mais voltar.

Não podemos exigir de pessoas com 50 anos a mesma voz, desempenho e performance que tinham aos 20 anos... E isso não quer dizer que é melhor ou pior. É apenas respeitar a obra do artista como um todo, e a coragem que pessoas como Axl e Sebastian tiveram para voltar à rotina de shows internacionais depois de tanto tempo. É entender que também não podemos exigir de nós mesmos as condições físicas que tínhamos a 10, 20 anos.

Independente das condições que se apresentaram (e afirmo que foi um dos melhores shows que já vi), temos que admitir que Guns ‘n Roses e Skid Row (assim como Ozzy, Iron Maiden, ACDC, Metallica e tantos outros) são lendas vivas da música, revolucionaram uma época e marcaram toda uma geração pelo menos.

E a idade não é de todo ruim... nos traz maturidade, nos faz pensar nas loucuras que já fizemos e nos erros que já cometemos... mesmo se surtarmos um dia, e pararmos na grade da pista do show, disputando espaço com adolescentes (assim como eu fiz) rs

O que importa na verdade, não é o nosso tempo de vida, mas sim COMO vivemos essa vida e o que podemos deixar para o futuro.

Afinal, vocês já pensaram em chegar na idade de seus avós sem estórias para contar?

3 comentários:

  1. E nós vimos a dancinha do Axl!!! Ele ainda dança como antigamente!!
    Amei o show!!!!

    Beijos amiga... adorei o post!

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  2. ... disputando espaço com adolescentes - só nós mesmo! rs :-)

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  3. Legal

    Eu amava o Guns....mas o melhor show que fui na minha vida foi o show do Pearl Jam....MARA!!!

    Beijinhos

    P.S. Quando vai fazer trilha com a gente?

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